Eu também Segui em frente, Mas…
Eu tenho um amor — ou melhor, um velho amor. Faz alguns anos desde que nos relacionamos. Nesse tempo, amei outras pessoas, me apaixonei por outras, beijei outras bocas. Mas ela nunca saiu completamente de mim.
Recentemente, a revi. Foi um pouco chocante. Era exatamente como na música “Última Vez” do Tim Bernardes. Não era estranho, como imaginei que seria.
Era ela, exatamente como eu lembrava.
Estava usando o casaco do nosso primeiro encontro, o cabelo estava um pouco diferente, e tinha piercings novos. Mas era ela.
Desejei ser um piercing dela.
Imaginei ser dela novamente.
Queria ser o sapato dela.
Queria ser a unha dela.
Queria fazer parte dela.
Queria ser a pele dela.
Queria ser mais dela do que minha.
Achei que esse sentimento iria sumir com o tempo, mas não sumiu, ainda queria ser dela quando olhei nos olhos.
Talvez porque foi o meu primeiro amor.
Minha primeira paixão.
Minha primeira certeza.
Lembro que quando ela saiu da minha vida eu fiquei com medo de todos os outros relacionamentos doerem igual quando ela foi embora, mas isso não aconteceu.
E eu nunca mais consegui amar alguém igual amei ela.
Penso que talvez daqui alguns anos eu me arrependa de hoje não ter corrido atrás, mandado mensagem, ou feito qualquer coisa que fizesse ela ficar. Porém, eu custo a acreditar que ela ficaria.
Aparentemente, ela está em outro relacionamento, seguindo a vida. Eu também segui, mas não tão pra frente assim.
Sabe bem lá no fundo, quando ela olhou nos meus olhos, parecia que ela ainda queria ser minha também — ou talvez seja só o meu coração querendo me enganar.
Seguimos em frente, tanto ela quanto eu. Mas ainda escrevo sobre ela, tenho tantos textos, tantas declarações.
Sempre sobre ela.
Nunca sobre nós.
Queria que fosse sobre nós.
Às vezes, imagino nossa vida juntas. Em alguma linha do tempo, a gente se reencontra, casamos, temos filhos e abrimos uma galeria de arte, porque ambas amamos arte. E tudo faz sentido.
Nesse cenário, mostro todas as escritas, tudo que já pensei sobre ela e ela me diz que ainda sente tudo aquilo também, que o sentimento nunca morreu e tudo fica bem.
Mas, no fundo, eu sei que a realidade é outra. No fim das contas, pessoas vão embora, e a gente precisa aceitar. Ela me fez me reconhecer, e isso já é muito.
E, sinceramente, querido leitor: se você também está passando por isso, se esse texto ecoa em você, eu desejo que encontre um amor bonito. E mais ainda — desejo que consiga se libertar dessa pessoa, mesmo que o amor ainda viva aí dentro.
Sinceramente, eu fiquei em dúvida se postava esse texto. Achei lindo, mas íntimo demais.
Porém, se você que leu até aqui e está passando por algo parecido, talvez se identifique. E, se isso acontecer, não esquece de deixar um comentário aqui.
Eu vou adorar saber que não estou sozinha nessa. (:
Obrigada pelo seu comentário e tomara msm que aos poucos seja cura 🤍
E no fundo do nosso coração, ainda esperamos o nosso primeiro amor