Tem tanta Gente e tão pouco tempo
Caio Fernando Abreu
“Tenho saudade de pessoas que nem sei se existiram. Tenho saudade de mim. E de você, mesmo sem saber quem é.”
Não é estranho como, agora, nesse exato minuto, existem pessoas completamente apaixonadas, vivendo um amor intenso, enquanto isso, outras estão vivendo desilusões amorosas jurando nunca mais amar ninguém.
desacreditadas do amor.
Tem gente vivendo o melhor dia da vida, realizando um sonho que parecia impossível e tem gente, ao mesmo tempo, desistindo do próprio sonho.
Algumas enfrentam o pior dia que já tiveram, enquanto outras apenas sobrevivem a mais um dia comum, sem sentir nada.
Existem tantas pessoas no mundo.
Tantas histórias, tantos sentimentos, tantos sonhos interrompidos e outros realizados.
Tantos amores não correspondidos.
Tantas vidas acontecendo ao mesmo tempo, e a gente não conhece nem a metade delas.
Todas as histórias num só momento
Me peguei lendo os comentários da música “quando bate aquela saudade”.
Essa música, em um momento específico do ano, do mês, ou a cada dois ou três anos, vira um refúgio para mim.
Gosto de ver como milhares de pessoas de coração abalado se encontram nesses comentários.
Resolvi deixar um texto dessa vez, um texto para alguém que, como eu, vai lendo todas aquelas histórias e, de repente, para e pensa: como tudo isso é louco, todos passando pelo msm sentimento.
Ana Jácomo
“Há mundos inteiros dentro de cada pessoa. E, às vezes, tudo que a gente precisa é de alguém que queira visitar o nosso com gentileza.”
Às vezes eu queria poder conversar por um minutinho (dois ou três) ou quem sabe horas… com cada pessoa.
Eu sei que não ia saber muito, mas com cada uma delas eu falaria sobre algo diferente.
Algo que ela ama.
Porque, quando você pergunta a alguém o que ela ama, você conhece a alma dela.
Descobre o que faz ela brilhar.
E eu queria fazer isso: conhecer pessoas, descobrir seus brilhos, seus mundos, seus silêncios.
Só pra ver um pouquinho mais do mundo através de outras janelas.
Acho injusto saber que, provavelmente, eu nunca vou conhecer nem 1% das pessoas que poderiam entrar na minha vida hoje e mudar tudo.
Gente que faria meu mundo ter mais sentido.
Que me faria enxergar a vida de outra forma.
Que me daria novos sonhos, novas perspectivas, novos “eus”.
Sei que pode parecer errado essa ideia de se ver a partir do outro.
Mas, sinceramente, acho muito mais interessante a ideia de ser um mosaico — um pedacinho de todas as pessoas que passaram pela sua vida.
Eu acredito ser mais bizarro do que a gente não ter uma lista de todas as pessoas maravilhosas que temos que conhecer nessa vida.
É mesmo, a gente sabendo que estão todos vivendo suas próprias vidas, se importar tanto com o que pensam da gente.
Tem tantas pessoas passando por tantas coisas dentro do próprio mundo delas.
E, mesmo assim, a gente deixa de viver tantas coisas por medo.
Medo do que essas pessoas ( que está em outra vida, vivendo outra experiência humana ) vai achar da gente.
Deixa de postar uma foto, de se candidatar a uma vaga, de conversar com alguém solitário num canto, de elogiar um desconhecido na rua… tudo por medo.
A gente devia ter mais coragem.
Coragem pra ser quem é.
Pra viver o que sente.
Pra amar do nosso jeito.
A gente devia ter mais empatia.
E menos medo até porque o tempo é curto e logo a gente não vai mais existir nesse plano.
Eu gosto muito de pensar nisso.
De pensar nas pessoas.
No tanto de gente bonita (de alma) que existe no mundo.
Espiritualistas, fotógrafos, artistas, escritores… pessoas dispostas a conhecer o mundo pelos olhos dos outros também.
Pessoas com tanta luz dentro.
Oi, leitor!
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Eu vou amar ler e saber o que você achou do texto. 🤍
Que texto lindo e essencial.
Li como quem visita um universo paralelo que, na verdade, sempre esteve aqui dentro.
Essa ideia de tantos mundos acontecendo ao mesmo tempo . . . tantas histórias que nunca vamos conhecer . . . sempre me atravessa.
É como se o mundo fosse uma sala cheia de portas semiabertas, cada uma com um universo pulsando por trás, pedindo pra ser olhado com gentileza.
Ana Jácomo escreveu com perfeição:
"Há mundos inteiros dentro de cada pessoa. E, às vezes, tudo que a gente precisa é de alguém que queira visitar o nosso com gentileza."
E que presente encontrar isso aqui hoje, no seu post.
Também me pego pensando em quantas vidas poderiam ter mudado a minha e passaram por mim em silêncio.
Às vezes, tudo o que a gente precisava era um olhar que dissesse: "eu também sinto assim".
Você escreveu:
“só pra ver um pouquinho mais do mundo através de outras janelas”.
E me lembrou que é justamente isso que a gente faz quando ama, quando escuta com presença, quando escreve com o coração aberto, visitar o outro, sem invadir.
Só pra ver o que há ali.
Acredito mesmo que somos um mosaico.
Um pouquinho de cada pessoa que passou.
E sim, até das que nos machucaram, porque elas também nos ensinaram sobre os limites, sobre o que não queremos repetir, sobre o que dói.
E, de certo modo, isso nos fortaleceu.
Nos preparou para sermos abrigo pra alguém.
Obrigado por essa janela aberta.
Com carinho e escuta,🍁🍂
Alex Lima
Silêncio Bonito
Gostei bastante do texto. Seguindo :)