Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças: Por Que Você Não Deve Querer Apagar Quem Você Amou
Término de relacionamentos nunca são fáceis. Amar alguém com toda a alma, se acostumar com a rotina de ter aquela pessoa ali, aquela pessoa que você acreditava ser sua melhor escolha.
é doloroso quando chega ao fim.
Você confia, sente que vai ser um lar seguro, escolhe todos os dias permanecer. E, de repente, um dia, do absoluto nada, você olha pro lado e percebe que o tempo passou e o cheiro da pessoa não reside mais ali.
É angustiante. É triste. É um luto. Um sentimento de vazio muito grande.
Olhar pra alguém que você amou tanto, que você ainda ama tanto, e não poder falar é frustrante. É como um grito preso e uma vontade de voltar no tempo só pra ter mais um segundo.
Outro dia, assistindo ao filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, eu revivi todos os meus relacionamentos que não deram certo. E lembrei que por muito tempo, eu quis apagar eles da minha vida.
No filme, o personagem Joel só queria esquecer a ex-namorada. Apagar tudo. E quando ele percebe que isso realmente vai acontecer… o desespero vem. O medo de não lembrar.
O medo de esquecer o que foi amor de verdade.
E eu fiquei com essa pergunta martelando na cabeça: Será que eu também queria apagar minhas memórias?
A verdade é que relacionamentos são difíceis. Terminar é doloroso. É triste. Mas também faz parte de quem nós somos. Eles moldam nossa personalidade, nos ensinam sobre o que queremos e sobre o que não queremos mais.
Por mais que, no momento do fim, a vontade de apagar tudo seja gigante… hoje eu vejo que não é justo com a gente. Porque, mesmo tendo acabado, aquela pessoa te completou por um tempo. Ela te fez se conhecer de uma forma diferente, te mostrou lados seus que talvez você nunca teria conhecido sozinha.
“Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.”
— Cecília Meireles
Você não precisa apagar aquela pessoa da sua vida. Você só precisa aceitar que vocês tiveram um encontro de vidas, um momento que todas as forças quiseram que vocês dividissem juntas, um encontro que tava escrito para acontecer, mas não seria eterno. E tudo bem.
Eu passei muito tempo abominando términos, odiando finais, querendo excluir pessoas da minha memória. Mas agora eu percebo que esses finais me aproximaram mais de mim mesma. Me fizeram entender quem eu sou.
A gente deveria… levar as coisas com mais leveza.
Levar as pessoas que passaram por nossas vidas com mais leveza.
Términos de amizade, de relacionamento, de família até. Somos seres temporários prometendo eternidade. E, querendo ou não… um dia, tudo acaba.
Então seja mais grato pelas memórias. Ter mais carinho por elas, ter mais apego a criar momentos bons.
Quando tentamos fazer seres temporários permanecerem na nossa vida a qualquer custo. É como pegar areia na mão e apertar forte, querendo segurar tudo. Mas quanto mais você aperta… mais ela escorre pelos dedos.
eu sei
eu sei
que você não quer soltar.
Eu sei que você queria abrir a mão
e ver que toda aquela areia ainda estaria ali.
Mas ela não vai estar.
As pessoas são temporárias. As coisas acontecem. Cada um tem sua vida, seu caminho. E a gente devia se importar mais em fazer memórias, em vez de viver na ansiedade de perder alguém.
Se hoje você ama alguém… ama de verdade… então aproveita. Faz coisas bobas. Pinta. Corre. Beija. Abraça. Tenha conversas longas e intensas. Jogue. Faça ligações de madrugada. Escreva poemas. Tire fotos. Tenha pulseiras da amizade. Viva momentos. Crie histórias.
Porque é isso que vai te moldar. Isso que vai te fazer olhar pra trás e sorrir, mesmo que com um pouquinho de dor. Porque os finais não são a história inteira. Eles são só uma parte dela.
Por favor… não faz igual o casal de Brilho Eterno. Não tenta apagar ninguém. Por mais que doa. Por mais que te machuque. Por mais que dê vontade de esquecer. Não tenta apagar.
Aceita as memórias. Guarda com carinho os momentos. Eles te construíram. Eles te fizeram quem você é agora.
E se você acabou de passar por um término… ou só caiu aqui de paraquedas… e tá pensando em alguém específico… só lembra: vão existir novos começos. Sempre.
Apenas siga. E viva.
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